+jabá!

Um jornalístico organizado por alunos do curso de Comunicação Social da UFC

Ato simbólico marca posse do novo DCE

Eleita no mês passado, nova gestão reúne estudantes e representantes de movimentos sociais na Concha Acústica para comemorar e protestar

por Renato Sousa (3J)

Em meio a várias palavras de ordem, ocorreu ontem a posse simbólica da nova gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFC, “Da Luta Não Me Retiro!”. A posse foi iniciada por um cortejo que partiu do bosque das Letras em direção à Concha Acústica, onde foram feitas falas por representantes de diversos setores, como o sindical, o docente, dos movimentos populares e, é claro, dos estudantes.

O local não foi escolhido por acaso: segundo membros da nova gestão, representa a repressão que os estudantes vêm sofrendo da Reitoria, seja física, como os casos de violência envolvendo a segurança, seja política, com a limitação para o uso dos espaços da Universidade pela comunidade estudantil.

Estiveram presentes cerca de 80 pessoas no evento, onde foi felicitada a vitória da nova gestão, tida, para muitos dos presentes na mesa, como um momento histórico para o movimento estudantil estadual. Falas como a dos representantes da Associação de Docentes da UFC (ADUFC) e da própria Pró-reitoria de Assuntos Estudantis ressaltaram a importância da luta dos estudantes na manutenção de uma universidade pública, gratuita e de qualidade no Brasil.

Também foi destacada por participantes – como aqueles que representavam o Movimento dos Conselhos Populares (MCP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e movimento estudantil da UECE – a necessidade que o movimento estudantil tem de transpor os muros da universidade e estar próximo das lutas populares, pois, segundo uma das falas, a Universidade não é uma ilha, está inserida em um contexto social maior que também a afeta.

A cerimônia simbólica de posse terminou aproximadamente às 21h com a exibição de um vídeo que mostrava o processo de formação da chapa e contou com várias homenagens a Carlos Marighella, morto há 40 anos durante o regime militar. Surpreendentemente, não houve cirandas.

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Novo curso deve preparar para diferentes mídias

Novo curso de Cinema e Audiovisual, que surge em contexto de incentivo no estado, deve preparar os alunos para atuar em diferentes mídias; para preencher carga horária dos professores, alunos de Comunicação Social irão se beneficiar com disciplinas optativas; +jabá encerra hoje a série começada na última terça-feira

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CineCeará é um dos incentivos à prática do audiovisual no estado; a mostra iberoamericana do festival acontece sempre no Sesc Luiz Severiano Ribeiro (FOTO Divulgação)

por Érico Araújo Lima (4J)

O curso de Cinema e Audiovisual da UFC, que começa a funcionar em 2010, provisoriamente na Casa Amarela, deve buscar a experimentação de estéticas, a pesquisa de linguagens e a realização artística. O audiovisual deve ser pensado, segundo a professora Beatriz Furtado, coordenadora do novo curso, como “espaço de expressão, de criação” e não deve estar limitado ao cinema.

“O audiovisual não é só a sala de cinema, ele está no museu, nas galerias, na internet, nas diferentes mídias”, destaca Beatriz. Disso resulta a importância de uma formação que se preocupe com as diferentes linguagens e com a relação do audiovisual com outras áreas, como a dança, as artes plásticas, a música, a literatura.

Segundo Beatriz, é uma filosofia que já norteia cursos como a Escola pública de Audiovisual na Vila das Artes e a Especialização em Audiovisual na UFC.  “A gente não pode ficar pensando só o cinema: é o cinema como base, como fundamentação, mas na articulação que ele faz com as outras linguagens”, afirma Beatriz.

A formação dos alunos ao longo da graduação estará focada na prática, mas também abre possibilidades para a reflexão teórica e a pesquisa acadêmica. “O curso de cinema e audiovisual é um curso prático. Mas claro que o aluno que quiser seguir uma carreira acadêmica, a gente também vai dar suporte, isso é inevitável”, afirma o professor Marcelo Dídimo, que deverá ser o vice-coordenador do novo curso.

Ele aponta que grande parte da pesquisa em cinema e audiovisual pelo país tem ocorrido em áreas correlatas, através de linhas de pesquisa nos diferentes programas de pós-graduação das universidades. O Curso de Comunicação Social da UFC, por exemplo, já tem uma linha de pesquisa voltada para o audiovisual no Mestrado.

“Então a idéia é que essa linha de pesquisa fortaleça o curso de graduação e que a graduação fortaleça essa linha de pesquisa, até que um dia o curso de graduação possa ter seu programa de pós-graduação voltado para cinema e audiovisual”, projeta o professor.

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O festival de audiovisual universitário Nóia chegou este ano à sua oitava edição

Audiovisual no Ceará

“Já há um certo tempo que o Ceará é conhecido como um pólo de realização cinematográfica no Brasil”, aponta Marcelo. Ele destaca uma série de movimentos que historicamente incentivaram e fortaleceram o audiovisual no Ceará, como o Festival de Cinema Cine Ceará, os trabalhos empreendidos pela Casa Amarela Eusélio Oliveira e pelo Instituto Dragão do Mar de Arte e Cultura, além dos recentes cursos de formação da Vila das Artes e da Unifor (Universidade de Fortaleza).

“O curso de Cinema e Audiovisual da UFC vai incrementar a produção local, não só a produção de realização de filmes, mas a produção de mão-de-obra qualificada e formada aqui”, afirma o professor. Segundo ele, será possível superar uma recorrente dificuldade do mercado local, que precisa com freqüência chamar profissionais de fora para realizar produções no estado.

Com o curso instalado na UFC, espera-se que o audiovisual cearense seja fortalecido em todos os âmbitos. “A idéia é que o profissional que saia do curso de cinema e audiovisual esteja preparado para trabalhar em qualquer área do audiovisual”, diz Marcelo.

O diretor da Casa Amarela também destaca a importância do curso de Cinema e Audiovisual da UFC. Segundo ele, o Ceará passa a ser o único estado do Nordeste com dois cursos de formação superior em audiovisual. Wolney conta que a idéia de criar um curso de cinema é antiga e vem desde a época do então reitor Roberto Cláudio.

O projeto se chamaria FACA (Faculdade de Arquitetura, Comunicação e Arte) e tinha a participação ativa da Casa Amarela. Segundo o diretor da casa, o surgimento do novo curso de cinema foi natural e “viria independente da Casa Amarela, como veio”. “Só lamento que nunca fomos chamados para discutir. Não sei nem como é o curso. Ninguém aqui nunca foi consultado. Falo isso sem nenhuma mágoa”, afirma Wolney.

mais

» Um curso de Dança pode ser criado nos próximos anos. A professora Beatriz Furtado defende a instalação desse novo curso, como resultado de um movimento forte por formação na área. Segundo o diretor do ICA, professor Custódio Almeida, o curso seria muito bem-vindo. Uma proposta informal foi apresentada, mas ainda seria preciso definir se o curso iria para o ICA ou para o Instituto de Educação Física e Esporte. Custódio defende uma parceria entre os dois institutos.

» O curso de Cinema e Audiovisual deverá sediar o congresso da Socine (Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual) no ano de 2012.

» No primeiro semestre do curso de Cinema e Audiovisual, para preencher a carga horária dos novos professores, devem ser ofertadas disciplinas optativas a outros cursos, como o Curso de Comunicação Social.

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